A F1 inaugurou uma nova era, no sábado, com a primeira corrida Sprint de classificação. Max Verstappen saiu na frente nesta corrida vertiginosa de 30 minutos, sem a amarra da troca obrigatória de pneus. A sexta ganhou a prova de classificação, colocando Lewis Hamilton na frente. Com alguns ajustes eventuais poderá se tornar definitiva.

No regulamento esportivo, a primeira mudança veio em 2019 com a adoção do ponto de bonificação para o mais rápido na prova, desde que esteja entre os dez primeiros colocados.

O regulamento técnico será a próxima etapa. Em 2022, a aguardada mudança de regras que recriará o efeito asa e eliminará parte da problemática turbulência que dificulta as tentativas de ultrapassagem, novos perfis de pneus com 18 polegadas, entre outros detalhes. O alvo: reequilibrar as forças da categoria, melhorando a ‘distribuição’ de poles, vitórias e melhores voltas. Depois, em 2025 (ou 2026 se prevalecer a vontade da equipe Red Bull) as unidades de potência serão passadas a limpo. Não faltam montadoras interessas como a poderosa Porsche.

Mas há outras áreas que estão sendo também muito cuidadas pela Liberty. O marketing digital para a conquista de um público mais jovem funciona bem e os dados de audiência são a prova mais contundente. Aí temos o forte envolvimento da categoria nas redes sociais – o piloto Lando Norris é um dos mais ativos nesse setor – o apoio definitivo ao e-esports e, sem dúvida, a série ‘Drive to Survive’, sucesso da Netflix já em sua terceira temporada com a quarta a caminho.

Finalmente, a integração da Fórmula 1 no mundo atual com três ações essenciais: o trabalho pela sustentabilidade com a determinação da eliminação de plástico nos eventos, a redução drástica das emissões de carbono, e a substituição gradativa dos combustíveis fósseis por similares de fontes renováveis; o protagonismo feminino através da associação com a categoria W Series, exclusiva para mulheres, que terá suas oito provas como preliminares da F1 (as três primeiras já foram realizadas durante os GPs da Estíria, Áustria e Inglaterra) e o combate firme e sem concessões contra o racismo.

Não por acaso o piloto Lewis Hamilton foi vítima de manifestações racistas em suas redes sociais depois da corrida deste domingo quando foi punido por um toque que tirou Max Verstappen da corrida. A Red Bull foi uma das primeiras equipes a repudiar as ofensas.

O primeiro teste da sprint race ou corrida sprint de classificação será neste final de semana, no GP da Inglaterra, em Silverstone. A expectativa é grande e até os horários foram alterados. É uma experiência inédita e que tornará o final de semana mais intenso. O autódromo inglês poderá contar com lotação máxima nesta 10ª etapa do Mundial 2021. A Band TV, com o comando de Sérgio Maurício, e a BandNews FM, com narração de Odinei Edson, transmitem a corrida ao vivo, domingo, a partir das 11h.

As mudanças do fim de semana começam na sexta. O primeiro treino livre terá uma hora de duração e começará às 10h30. O segundo treino será o de classificação para a sprint race e começará às 14h, no formato já conhecido de Q1, Q2 e Q3. Ele estabelecerá o grid de largada. Todos os carros utilizarão apenas pneus macios. As equipes estarão liberadas para a a escolha dos pneus que utilizarão na sprint e no Grande Prêmio. O Parc Fermé manterá suas restrições.

No sábado, haverá um treino livre das 8h às 9h e a corrida sprint de classificação começará às 14h, com 30 minutos de duração, sem a obrigação de troca de pneus. Serão 17 voltas no traçado de Silvestone. Os três primeiros colocados receberão respectivamente 3, 2 e 1 pontos pela conquista. Não haverá cerimônia de pódio. A classificação completa da corrida será o grid para domingo. Portanto, o vencedor será o pole position da corrida de domingo, disputada no formato tradicional.

Os próprios dirigentes admitem que o formato da sprint poderá ser ajustado caso haja necessidade.

A corrida de classificação terá ainda mais dois testes este ano, ainda dependendo de confirmação oficial: O GP da Itália, em Monza, e o GP de São Paulo de F1, em Interlagos. Esta semana, a Liberty Media, detentora dos direitos da F1, confirmou que o projeto é manter a novidade em algumas corridas da próxima temporada.

Se a corrida de classificação dará mais trabalho às equipes no final de semana, mais gastos e exigirá mais dos pilotos, a Fórmula 1 ganhará com o novo modelo. As tevês terão uma atração melhor aos sábados, o público assistirá à duas corridas no final de semana e a sexta será mais valorizada com a sessão de treino de classificação.

A atribuição do ponto extra pela melhor volta, estabelecida em 2019, e os pontos correspondentes aos três primeiros lugares na corrida de classificação darão uma nova dinâmica na disputa do campeonato. E ela vai acontecer exatamente em uma das temporadas mais competitivas dos últimos anos.

O GP da Inglaterra será disputado em um momento crucial para a disputa do campeonato onde a Red Bull passou à frente e a Mercedes não tem demonstrado fôlego para acompanhar a escuderia de Max Verstappen. Se não demonstrar reação, a Mercedes estará definitivamente em uma situação complicada para competir pelos títulos de pilotos e construtores

A Women Series vai para a pista da Red Bull, na Áustria, no dia 26 de junho. Será uma das atrações do GP da Estíria de Fórmula 1, no fim de semana. E abrirá também uma parceria com a Liberty Media, garantindo sua presença como preliminar em oito provas de F1. É o caminho para uma mulher, dentro de algum tempo, chegar à categoria mais importante do automobilismo mundial. É o sonho, por exemplo, da única latino-americana entre as 20 selecionadas, a catarinense de Caibi Bruna Tomaselli.

A Liberty Media quer ir além da mensagem forte contra o racismo iniciada por Lewis Hamilton. A sustentabilidade e o espaço para as mulheres fazem parte de sua cartilha. É nesse contexto que a W Series vai iniciar o campeonato.

O Channel 4, da Inglaterra, transmitirá as corridas assim como outras emissoras da Europa. O ex-piloto David Coulthard comentará as provas. A Puma fechou contrato para fazer os macacões das pilotas. Nos circuitos, fatalmente, o desempenho das mulheres em provas rápidas e disputadas de 30 a 45 minutos será observado pelos chefes e pilotos das equipes da Fórmula 1. Este é a segunda temporada da W Series. A primeira foi em 2019 e a campeã foi a britânica Jamie Chadwick, pilota de desenvolvimento dos carros da equipe Williams, e que estará de volta à categoria. No ano passado, a temporada foi cancelada por conta da Covid-19. Os carros são rigorosamente iguais: chassis Tatuus e motor Alfa Romeo de 1.8. O desempenho desses monopostos é o mesmo dos carros dos campeonatos regionais de Fórmula 3. Bruna explica que, dentro de alguns limites, cada pilota faz o acerto necessário de aerodinâmica e relação de marchas, por exemplo. “As chances são iguais para todas’, alerta a pilota de 23 anos que leva o patrocínio da confecção Bruna&Bia. O sistema de pontuação é o mesmo da Fórmula 1. Após a corrida de abertura, a W Series terá provas também na semana seguinte no mesmo circuito seguida por Silverstone, Hungaroring, Spa, Zandvoort, Austin e México onde termina a temporada.

As adversárias de Bruna são britânicas em sua maioria (5) e espanholas (3) mas há também pilotas da Escandinávia, Rússia, Japão, Itália, Estados Unidos, Holanda e África do Sul.

Admiradora das conquistas de Lewis Hamilton, Bruna revela o nome do piloto da F1 por quem torce nas corridas: Charles Leclerc. “É o meu favorito. E ainda corre pela Ferrari”.

No começo dos anos 2000, o solerte repórter Júlio Cruz, do Jornal da Tarde, foi entrevistar o piloto Helinho Castroneves. Antes, passou em uma loja de fantasia e alugou uma de Homem-Aranha. Helinho aceitou e as fotos ficaram ótimas. Vinte anos depois, em Indianápolis, Helinho voltou a escalar a grade que separa a pista do público, celebrando de maneira eufórica sua quarta vitória nas 500 milhas.

Helinho colocou seu nome ao lado de Rick Mears, Al Unser e A. J. Foyt como tetracampeão das 500 Milhas de Indianápolis, o único piloto não-americano.

A conquista é para poucos, como se vê, em uma prova que começou a ser disputada em 1911. Os pilotos brasileiros são vistos com muito respeito em Indianápolis. Depois dos americanos, os brasileiros é quem mais venceram a corrida – oito vitórias – desde a primeira, com Émerson Fittipaldi, em 1989. Ingleses, escoceses e franceses somam quatro vitórias cada. Helinho, aos 46 anos, quase iguala o recorde de piloto mais velho a vencer no circuito que pertence a Al Unser, com 47 anos, em 1987.

Estive em algumas das conquistas brasileiras e pude perceber o carisma de Helinho quando chega ao autódromo e é imediatamente cercado por jornalistas e admiradores. E não é de agora. Sua terceira vitória aconteceu em 2009, depois de chegar em primeiro nas corridas de 2001 e 2002, as duas primeiras que disputou neste circuito oval de 2,5 milhas. Fui uma testemunha privilegiada da conquista brasileira em 2003 quando os pilotos brasileiros ocuparam as três primeiras posições da corrida com a vitória de Gil de Ferran seguido por Hélinho e Tony Kanaan. Bandeiras brasileiras se destacavam em pontos diversos das arquibancadas com cerca de 300 mil pessoas.

Neste domingo, um público reduzido de 135 mil pessoas, por conta da Covid-19, aplaudiu muito a vitória de Helinho depois de um empolgante duelo com o espanhol Alex Palou. E Helinho, que deixou a prestigiosa Penske, venceu por uma equipe sem tradição, a Meyer Shank Racing.

A TV Cultura deu sorte e na transmissão de sua primeira 500 Milhas pôde destacar a vitória brasileira no excelente trabalho do narrador Geferson Kern e o comentarista Rodrigo Mattar. E manteve no ar, durante vários minutos, toda a vibração do piloto, correndo, recebendo abraços, subindo ao pódio e bebendo leite.

A Mercedes não esconde que teme a concorrência da Red Bull nas ruas de Monte Carlo, no próximo domingo, no Grande Prêmio de Mônaco. Circuito estreito, de poucas alternativas, inversamente proporcional ao interesse que desperta. É sempre um dos mais assistidos da temporada e aqui no Brasil não e diferente. A unidades de potência não trabalham no regime máximo e quem tiver o melhor equilíbrio entre as curvas fechadas e as retas curtas leva vantagem. Daí a preocupação com a Red Bull.

É apenas uma das 23 etapas previstas para a temporada 2021 da Fórmula 1 mas repercussão é poderosa. O piloto com os patrocinadores da equipe no pódio, mesmo durante a pandemia, impacta. E o fato de a corrida não ter sido disputada no ano passado aumenta a expectativa.

A Red Bull já sente que a Mercedes voltou a ser Mercedes e ela terá que se esforçar para evitar que a equipe adversária comece a se isolar na liderança. Mônaco seria uma opção para reequilibrar a disputa, lembrando que a etapa seguinte, duas semanas depois, nas ruas de Baku também poderia, em tese, favorecê-la.

O GP de Mônaco é quase uma corrida em dois dias. O treino de classificação ganha uma importância capital por conta da falta de pontos ideais de ultrapassagem. A questão da logística na troca de pneus também pode determinar uma vitória.

Vale a pena ainda ficar atento a alguns detalhes interessantes da F1 neste momento. Os supostos segundos pilotos Lando Norris, Esteban Ocon, Lance Stroll continuarão acelerando mais do que os supostos primeiros Daniel Ricciardo, Fernando Alonso, Sebastian Vettel? Esta situação preocupa também George Russell que pode ver sua possível vaga na Mercedes em 2022 ficar nas mãos de Ocon. Se depender de informações de bastidores, não confirmadas, Bottas poderá mesmo estar fazendo sua quinta e derradeira temporada pela Mercedes.

Mônaco é Mônaco e a TV Bandeirantes aposta, outra vez, em mais audiência. No GP da Espanha, corrida que sempre e morna, a Band chegou a 5 pontos e só ficou atrás da Globo. Com quatro patrocinadores – Claro, Heineken, Philco e Banco do Brasil – a emissora vem investindo bem na categoria, integrando a programação e dando grande visibilidade à F1.

Mônaco pode significar o alcance de um novo patamar. A Band mostra a corrida ao vivo a partir das 9h30, com narração de Sérgio Maurício. A BandNews FM terá o comando de Odinei Edson. No sábado, o treino de classificação, que definirá o grid de largada, começa às 10h.

Somos testemunhas de uma fantástica marca alcançada neste sábado pelo piloto inglês Lewis Hamilton. No circuito de Barcelona, o heptacampeão, pilotando a Mercedes, estabeleceu a 100ª pole position, no início de sua 15ª temporada na F1. Se as novas regras previstas para 2022 tornarem a categoria bem mais equilibrada, este recorde levará décadas para ser superado. O GP da Espanha, neste domingo, começa às 10h, com transmissão exclusiva da Rede Bandeirantes, com Sérgio Maurício, e BandNews FM, com Odinei Edson.

Vamos tomar por base o grid atual da Fórmula 1. Depois de Hamilton, quem conta com mais poles na carreira são Sebastian Vettel (57), Fernando Alonso (22) e Kimi Raikkönen (18), todos ex-campeões mundiais. Não dá para imaginá-los com muitas temporadas pela frente e, muito menos, competindo por este recorde de poles.

Depois deles aparecem Valtteri Bottas (17), com um futuro não muito claro na Mercedes, Charles Leclerc (7), Max Verstappen (4), Daniel Ricciardo (3) e Lance Stroll (1). Com uma divisão das poles e vitórias por mais equipes, como pretende a FIA e a Liberty Media a partir do ano que vem, chegar à 100 poles parece uma tarefa quase impossível.

Ayrton Senna, então recordista de poles, cravou sua 65ª e última pole em abril de 1994; Michael Schumacher, que o superou, conquistou a 68ª em julho de 2006. Agora, quase quinze anos depois, Hamilton já possui 32 poles a mais do que Schumacher. E um detalhe importante: Lewis Hamilton tem ainda 20 corridas pela frente em 2021 e já acena com a possibilidade de seguir na Fórmula 1 no ano que vem. Isso significa que poderá ir muito além das 100 poles.

A Rede Bandeirantes está comemorando os resultados da audiência nas duas corridas já realizadas da temporada 2021 da Fórmula 1, a primeira no Bahrein, circuito de Sakhir, e a segunda na Itália, em Ímola. No GP da Emilia Romagna, a Bandeirantes pulou para o segundo lugar, atrás apenas da Globo. Resultado promissor para a emissora que fechou o contrato em cima da hora e nem teve tempo para comercializar todas as cotas de patrocínio. Claro e Philco são as duas primeiras cotistas. Certamente outras deverão chegar. No domingo, 2 de maio, o Mundial de F1 terá sua terceira etapa com o GP de Portugal, em Portimão, a partir das 11h. A Bandeirantes mostra a partir das 10h30.

Durante a corrida de Ímola, em determinado momento, a diferença de audiência entre a Band e a Globo foi de pouco mais de um ponto porcentual, indicando que o público que acompanha a categoria migrou para a Band. E a perspectiva é de continuar crescendo.

Não se pode negar que o novo canal da F1 no Brasil trata com inteligência o seu maior evento. Contratou uma equipe poderosa com o ótimo narrador Sérgio Maurício, os comentaristas Reginaldo Leme, Felipe Giaffone e Max Wilson, e ainda a repórter Mariana Becker. Completam o time Luc Monteiro, Celso Miranda e Tiago Mendonça, responsável pelo ótimo canal ‘Pr1meiro Stint’ no Youtube e autor da biografia definitiva do piloto Ingo Hoffmann. Competência é o que não falta para esse time.

A Band criou uma estratégia inteligente para dar suporte às exibições das corridas, integrando o Show do Esporte, com o carisma da dupla Glenda Kozlowski e Elia Júnior, e amarrando bem toda a programação. E há ainda toda um desdobramento que envolve a transmissão das temporadas de Fórmula 3 e Fórmula 2, degraus quase obrigatórios para se chegar à F1. Bem, com estas provas ao vivo, pela BandSports, os pilotos brasileiros ganharão projeção o que, com um bom trabalho, poderá significar a pavimentação de um caminho para a Fórmula 1. Não será exatamente uma surpresa se, em 2022, um piloto como Felipe Drugovitch alinhar no grid da F1, atraindo mais interesse, mais audiência e mais cotas publicitárias.

Uma das provas da seriedade da Band com a F1 aconteceu na transmissão do treino oficial de Ímola, no sábado, dia 17, Rio de Janeiro e Porto Alegre, por falha de comunicação, acabaram cortando exatamente o segmento Q3 que estabelece as primeiras dez posições do grid. O treino foi reprisado no mesmo dia e antes da abertura da transmissão no domingo. Mensagens que recebi indicam que a reação da tevê foi bem aceita. A Band está abrindo a transmissão mais cedo e encerrando só após o pódio, agradando bem o público.

O entusiasta brasileiro, que correu o risco de ficar sem a F1 em canal aberto, está sendo agraciado com o belo trabalho da Band.

Lewis Hamilton – uma vitória, um segundo lugar, uma pole position, uma volta mais rápida; Max Verstappen – uma vitória, um segundo lugar, uma pole position. Depois das duas primeiras corridas da temporada de 2021, a única vantagem do líder Hamilton sobre Verstappen na classificação do campeonato – 44 a 43 – é o ponto correspondente à volta mais rápida na corrida de Ímola, o GP da Emilia Romagna.

E não são apenas Lewis e Max. Lando Norris (McLaren), o Piloto do Dia, em Ímola, tem um 4º e um 3º; Charles Leclerc (Ferrari), um 4º e um 6º. Norris é o 3º e Leclerc o 4º do Mundial.

O equilíbrio nestas duas primeiras etapas o ano justifica a audiência. Neste domingo, a Bandeirantes superou a Record e SBT durante a transmissão da corrida, ficando atrás apenas da TV Globo. Esse crescimento deverá se confirmar nas próximas corridas.

O GP da Emilia Romagna, com Lewis Hamilton na pole, teve Max Verstappen em grande jornada. Saiu da segunda fila, tomou a ponta e manteve a posição até o final. Hamilton cometeu um erro e desculpou-se, escorregando na pista molhada. Perdeu várias posições, mas foi beneficiado pelo acidente feio entre Valtteri Bottas e George Russell que destroçando os carros, exatamente os dois pilotos que devem disputar a vaga na Mercedes em 2022. A bandeira amarela deu fôlego para Hamilton voltar em 9º, um pouco depois da metade da corrida e terminar em 2º, atrás de Max, negociando bem cada ultrapassagem, cravando ainda a volta mais rápida.

Se Bottas teve uma atuação fraca até sair da prova, o companheiro de Verstappen, Sergio Perez, também errou muito, foi punido e só terminou em 12º. Dessa forma, o duelo entre Mercedes e Red Bull ficou restrito aos dois respectivos primeiros pilotos.

Com McLaren e Ferrari em alta, a Aston Martin patina, com mais uma atuação inexpressiva de Sebastian Vettel. Aliás, os ‘supostos’ segundos pilotos de algumas escuderias estão dominando os ‘supostos’ primeiros. Em Imola, na McLaren, Norris foi o 3º e Daniel Ricciardo o 6º; na Alpine, Esteban Ocon foi o 10º e Fernando Alonso o 11º; na Aston Martin, Lance Stroll foi o 7º e Vettel o 15º.

O Mundial previsto para 23 corridas tem ainda um longo caminho pela frente. A terceira etapa será no dia 2 de maio, em Portimão, com o GP de Portugal. Mas os indicativos das duas primeiras corridas do ano apontam para uma polarização entre Hamilton e Verstappen pelo título de pilotos e entre Mercedes e Red Bull pelo campeonato de construtores. Nesse segundo caso, a inconstância de Bottas e Perez será o fiel da balança.

O entusiasta dos esportes motorizados tem que fazer uma programação cuidadosa se quiser acompanhar todos os eventos que estão sendo exibidos pelas diversas emissoras. Nunca a oferta foi tão grande e diversificada, confirmando a relevância da modalidade no Brasil. Depois da grupo Bandeirantes assumir as transmissões da Fórmula 1, a TV Cultura, que já tinha a Fórmula E, fecha com a Indy para a temporada que começa domingo.

A Bandeirantes fez sua estreia na F1, depois de 41 anos, há três semanas com a exibição do GP do Bahrein. No próximo domingo será a vez do GP da Emilia Romagna, em Ímola, a partir das 10h. A equipe ‘Premium’ da Band tem Sérgio Maurício, Reginaldo Leme, Felipe Giaffone, Max Wilson, Mariana Becker. A emissora conta ainda com os profissionais de peso Luc Monteiro, Tiago Mendonça e Celso Miranda E o pacote do automobilismo inclui, na BandSports, as categorias Fórmula 3 e Fórmula 2, Stock Car, Porsche Cup, Copa Truck e acabou de fechar com mais duas categorias: o Rali dos Sertões e a Endurance Brasil, prova de protótipos cuja primeira corrida será dia 1º de maio, em Goiânia.

A Cultura começa a exibir as corridas da Indy neste domingo com o GP do Alabama, a abertura da temporada. A narração será de Gefferson Kern e os comentários de Rodrigo Mattar, responsável pela excelente página de automobilismo ‘A Mil por Hora’, com passagens por outras emissoras e autor do livro ‘Saudosas Pequenas’, contando a história de escuderias que passaram pela Fórmula 1 sem grandes resultados.

Já a equipe da Cultura para a transmissão das provas de Fórmula E conta com o narrador Marco de Vargas, o comentarista Fabio Seixas de longa carreira na cobertura de esportes motorizados e ainda Cleber Bernucci, um dos jornalistas que mais conhece a categoria, relatando e analisando os treinos e classificação.

A TV Globo, através da SporTV, tem na sua programação corridas de Fórmula E e Stock Car. E já começou a mostrar a primeira temporada da Extreme E, categoria offroad com carros elétricos. A prova de abertura foi no deserto da Arábia Saudita e a próxima será no final de maio, em Dakar, no Senegal. A equipe de automobilismo da SporTV tem os narradores Everaldo Marques e Bruno Fonseca e o comentarista Rafael Lopes, sempre preciso e objetivo, responsável pelo ótimo blog ‘Voando Baixo’.

Ainda nos canais fechados, temos corridas da Nascar e a temporada de MotoGP na Fox. Hamilton Rodrigues e Renan do Couto cuidam das narrações da Nascar enquanto Edgar de Mello Filho e Thiago Alves comentam; Hamilton Rodrigues também relata as provas de MotoGP com análises de Fausto Macieira e Edgar de Mello Filho.

O GP do Bahrein mostrou uma nova cara da F1 em 2021. A Mercedes venceu, mas longe da superioridade das últimas temporadas. A Red Bull está mais sólida, determinada e não seria surpresa se Max Verstappen tivesse cruzado a linha de chegada na frente de Lewis Hamilton. E não é só entre as duas escuderias de ponta que a relação de forças mudou. No segundo grupo com McLaren, Ferrari e, provavelmente, a Aston Martin e Alpine o equilíbrio poderá dar o tom do campeonato. A Rede Bandeirantes deu sorte e poderá transmitir uma das melhores temporadas dos últimos anos.

As pequenas mudanças aerodinâmicas introduzidas este ano para reduzir ligeiramente o efeito solo, principalmente em relação ao assoalho, alteraram mais do que se esperava o rendimento dos carros. Se a Mercedes e Red Bull, agora, estão juntas na frente nada contraria a possibilidade de que o segundo grupo as enfrente, vez ou outra, por lugares no pódio.

Além da aerodinâmica, as equipes acertaram nas trocas de pilotos para este ano. Sergio Perez foi muito bem na estreia pela Red Bull. Largou em último e chegou em 5º, sendo eleito o ‘Driver of the Day’ pelos internautas de todo o mundo. Daniel Ricciardo voltou a mostrar disposição, agora pilotando a McLaren assim como Carlos Sainz Jr. na Ferrari. Fernando Alonso surpreendeu conduzindo bem a Alpine entre os dez primeiros colocados até ser traído pelo superaquecimento dos freios. E o estreante Yuki Tsunoda provou que a escolha da Honda não pode ser creditada à sua certidão de nascimento. O nipônico da AlphaTauri marcou seus primeiros pontos na corrida de estreia o que não é pouco.

E os que não mudaram de equipe – a dupla da Mercedes, Max Verstappen, Lando Norris, Charles Leclerc – não se acomodaram. Muito pelo contrário.

Ninguém esperava mais da frágil Haas. Entretanto, a Aston Martin, em respeito à grife, estava cercada de uma grande expectativa mesmo porque a equipe de origem, a Racing Point, vinha andando bem já há algum tempo. Mas o tetracampeão mundial Sebastian Vettel não marcou presença no Bahrein. Lance Stroll, pelo menos, marcou um ponto. A tese de que Vettel ainda não se adaptou ao carro pode ser um argumento válido até certo ponto. Há de se esperar para sua comprovação. Mas porque isso não ocorreu com Ricciardo, Alonso, Perez, por exemplo?

A corrida do Bahrein foi empolgante durante toda sua duração. A TV Bandeirantes fez um trabalho primoroso mostrando tudo, do começo ao fim, colocando no ar sua equipe de ponta para cuidar do evento. Não faltou nada. Quem gosta de Fórmula 1, certamente, deve ter ficado satisfeito. E temos mais 22 corridas pela frente. A próxima será o GP da Emília Romagna, em Ímola, em 18 de abril.

O Mundial de F1 2021 começa neste domingo no Bahrein. Mas os treinos livres de sexta e sábado e a tomada oficial de tempos já servem de bússola. A categoria está mais equilibrada, a Red Bull vem com força para desafiar a Mercedes e a Rede Bandeirantes fez um excelente trabalho para os fãs, dando à F1 sua real dimensão no Brasil. A largada do GP do Bahrein será às 12h (a Bandeirantes começa a falar de F1 às 9h). Na BandNews FM, sob o comando de Odinei Edson, a abertura será às 11h20.

A pole position de Max Verstappen é importante porque nas temporadas anteriores a equipe Red Bull só reagiu a partir, mais ou menos, da metade do campeonato quando a Mercedes já tinha garantido uma cômoda vantagem. Agora a situação é diferente. E a largada promete com Verstappen e Lewis Hamilton na primeira fila, Valtteri Bottas e um inesperado Charles Leclerc, na segunda.

A F1, neste primeiro teste, mudou mais do que se poderia esperar. O resultado obtido por Verstappen, dominando os treinos livres e a disputa da pole é apenas um dos aspectos. A reação da Ferrari, depois de uma desastrosa temporada em 2020 é outro. A presença marcante da McLaren, agora com motores Mercedes, também chama a atenção assim como o rendimento dos motores Honda, exatamente no ano que em vai sair da categoria. Não dá para esquecer de Fernando Alonso que, depois de dois anos parado, leva a Alpine ao Q3.

A primeira de uma série inédita de 23 corridas deixou algumas questões em aberto. A mais significativa é a de Sebastian Vettel que, aparentemente, tem alguma dificuldade para se adaptar ao carro da Aston Martin. Não marcou presença nos treinos livres e acabou ficando no Q1, no 18º lugar, enquanto Lance Stroll, seu companheiro de escuderia, avançou até o Q3. Outra seria a de Sergio Perez que, apesar do equilíbrio do carro e da força da unidade de potência Honda, ficou no Q2. O desempenho na corrida é que poderá dar algum alento aos dois pilotos no circuito de Sakhir.

A Bandeirantes mostrou tudo isso muito bem e, certamente, atendeu à demanda de um público sempre muito exigente. Sérgio Maurício é um narrador que se equilibra com perfeição entre o conhecimento técnico e a descontração; Reginaldo Leme e Felipe Giaffone, sem pedantismo, se completam nas análises municiadas com informações e dados precisos e Mariana Becker vai sempre direto ao ponto. E um detalhe crucial: sem pressa para colocar um ponto final na transmissão.

O grupo Bandeirantes assumiu de vez o automobilismo de ponta. A emissora é o novo canal da Fórmula 1 no Brasil e trará no vácuo as corridas de Fórmula 3 e Fórmula 2, categorias de acesso à F1. Melhor para os jovens talentos do Brasil que terão chances maiores de obter patrocínios com as provas ao vivo. Transmissões completas da F1 com o pódio e entrevistas deverão atrair mais público.

A equipe contratada para cuidar das transmissões é ‘premium’. Sérgio Maurício é um ótimo narrador e merecia mesmo a oportunidade na tevê aberta; Reginaldo Leme é um conhecedor profundo da F1 com seus 50 anos de carreira trabalhando primeiro para o Estadão e, depois, para a TV Globo; Felipe Giaffone e Max Wilson são os melhores exemplos de dublê de pilotos e comentaristas sendo que Felipe ainda agrega o conhecimento adquirido como comissário desportivo. E a bela Mariana Becker é uma veterana dos paddocks, respeitada por dirigentes e pilotos, com muitos fãs entre os seguidores das corridas.

Para resumir, o telespectador terá toda a informação e análise para formar a própria opinião sobre o Mundial de Fórmula 1 2021. A Band pegou a categoria em um ano interessante. O campeonato deste ano será de transição e as equipes, ao mesmo tempo, estarão ocupadas com as profundas mudanças previstas para 2022. Como se darão Lewis Hamilton, Sebastian Vettel Fernando Alonso, Kimi Raikkönen, Max Verstappen, Sergio Perez….Poderemos ter boas surpresas.

O esquema da Band prevê todas as 23 corridas da temporada em tevê aberta e os treinos de classificação na BandSports. Na primeira corrida da temporada, de 26 a 28 de março no Bahrein, o primeiro treino de classificação do ano será também em tevê aberta. As provas de F3 e F2 também serão exibidas pela BandSports.

Caio Collet na F3 e Felipe Drugovich, Gianluca Petecof e Guilherme Samaia na F2 poderão mostrar sua técnica e audácia ao vivo para o público e, eventualmente, empresários interessados em investir em suas carreiras. Isso preencherá uma lacuna de muitos anos no automobilismo brasileiro que dificultou o acesso de pilotos à categoria máxima.

O noticiário da Fórmula 1 ganhará um grande espaço nos programas esportivos e telejornais da Band. E o grupo contará ainda com as narrações das corridas pela BandNews FM, sob o comando de Odinei Edson. As demais rádios do grupo – Bandeirantes, Nativa e Play – veicularão boletins das corridas ao longo da temporada.

A Band volta à F1 depois de ter transmitido a temporada de 1980 quando Galvão Bueno narrava as corridas. Em 1981, a F1 voltou a ser exibida pela Rede Globo de Televisão.

Agora ela abre 2021 como a tevê da Fórmula 1. E, pelo visto, vai ser por muito tempo.

Dino Altmann, diretor-médico do GP São Paulo de Fórmula 1, é o novo presidente da Comissão Médica da FIA enquanto o engenheiro-chefe do GP São Paulo, Luis Ernesto Morales, permanecerá na comissão de circuitos, na gestão 2021 da Federação Internacional de Automobilismo. O Brasil estará bem representado na entidade.

O Conselho Mundial ratificou o nome de Altmann indicado pelo presidente da FIA, Jean Todt. O médico, que participa da etapa brasileira da Fórmula 1 desde 1990, confirmou que permanecerá atuando como diretor-médico do GP São Paulo de Fórmula 1 na corrida da próxima temporada, marcada para os dias 12, 13 e 14 de novembro, no autódromo de Interlagos.

Morales é o único brasileiro que já atuou na Comissão de Circuitos da FIA e ocupa o cargo desde 2018 como o único sul-americano. Luis Ernesto esteve diretamente envolvido com a reforma do autódromo de Interlagos, realizada pela Prefeitura Municipal de São Paulo, concluída este ano com a cobertura do paddock, tornando o autódromo mais cômodo e eficiente para todas as categorias e demais eventos. Como engenheiro-chefe do GP São Paulo, estará à frente dos trabalhos para a realização da corrida do próximo ano.

O ex-piloto de Fórmula 1, Felipe Massa, também continuará como presidente da Comissão Internacional de Kart. Ele foi eleito no final de 2017 e irá, portanto, para o quarto ano dirigindo os destinos do kartismo internacional.

Fabiana Ecclestone, mulher de Bernie Ecclestone, participa de duas comissões da FIA: a de mulheres no automobilismo e esportivo e a de velocidade na terra e recordes.

Também representam o automobilismo brasileiro o piloto e comissário esportivo Felipe Giaffone nas comissões de pilotos e truck, Maurício Slaviero Campos, ex-ceo da Vicar (comissão elétrica e de novas energias), Giovanni Guerra, presidente da Federação Maranhense de Automobilismo (comissão de kart) e Zeca Monteiro, ex-piloto e colecionador de carros antigos (comissão de veículos históricos).

A Fórmula 1 termina o ano de 2020 com todas as vagas preenchidas para próxima temporada: Sergio ‘Checo’ Perez na Red Bull e o Yuki Tsunoda na Alpha Tauri. A Mercedes ainda não anunciou a renovação do contrato de Lewis Hamilton. O calendário está definido com uma data aberta, uma prova ainda não confirmada e o GP São Paulo, dias 12, 13 e 14 de novembro de Interlagos. A Comissão Médica da FIA tem novo presidente, o brasileiro Dino Altmann, que permanecerá como diretor-médico da etapa brasileira da Fórmula 1.

A vitória de ‘Checo’ no GP de Sakhir e sua boa classificação na temporada – 4º colocado com 125 pontos – foram decisivas para Red Bull que tinha a renovação de Alexander Albon como opção. O piloto é experiente e servirá de parâmetro para Max Verstappen, 3º do campeonato de 2020. Já o nipônico Yuki Tsunoda, protegido da Honda, fez um bom campeonato de F2, terminando em 3º a apenas um ponto do vice-campeão. Como a Honda se despedirá da F1 no final do ano que vem, esta será sua grande oportunidade.

O calendário de 23 corridas tem ainda uma prova a ser definida, a de 25 de abril, data reservada para o Vietnã que não deverá realizá-la. Istambul, Mugello e Portimão são candidatas. O GP da Espanha, 9 de maio, ainda não foi oficializado.

Com o nome de Grande Prêmio São Paulo, a prova brasileira será a antepenúltima do campeonato. Duas outras corridas também levam o nome das cidades onde são disputadas: Abu Dhabi e Cidade do México.

Na quarta-feira, o médico Dino Altmann, diretor-médico do GP Brasil de Fórmula 1 desde 2001 – e atuando na corrida desde 1990 – foi anunciado como substituto do francês Gérard Saillant na presidência da Comissão Médica da FIA, durante reunião do Conselho Mundial. Altmann foi uma escolha do presidente da Federação Internacional de Automobilismo, Jean Todt. É a primeira vez que um brasileiro ocupa este cargo que, em 2021, terá entre outros desafios de cuidar do protocolo da Covid-19 que funcionou bem este ano. No GP São Paulo, Dino Altmann será o diretor-médico pela 20º vez.

Domingo, às 10h10, a Fórmula 1 vai se despedir de 2021 no GP de Abu Dhabi (transmissão pela TV Globo e BandNews FM). A corrida final da temporada será também a última oportunidade para vermos o tetracampeão mundial Sebastian Vettel com o vermelho carmesin da Ferrari. No ano que vem trocará pelo verde jade da Aston Martin. Aqui segue o texto elaborado pela advogada paraense Andrea Borges Leal, em nome das Vettels, ativo grupo de sete torcedoras fiéis de pontos distintos do Brasil, avaliando a trajetória de Seb pela Ferrari e as perspectivas para o novo desafio.

Convém lembrar que no GP Brasil de 2019, as Vettels pontificaram quando fizeram uma homenagem ao piloto na quinta-feira, no paddock de Interlagos. As imagens do grupo ao lado do piloto alemão correram o mundo.

“(…) Não sabemos ao certo como Sebastian se sentiu quando saiu da Red Bull e foi para Ferrari, mas sabemos como nós nos sentimos. Foi como se estivéssemos deixando a casa onde crescemos, com todas nossas recordações, coisas velhas espalhadas por entre os cômodos, coisas essas que talvez não valessem um centavo, mas que eram caras demais para deixarmos para trás sem, sequer, sentir receio de deixá-las.”

Escrevemos esse trecho em um texto sobre a ida de Sebastian à Ferrari. Sobre o medo do novo, do incerto, da mudança. Sobre mergulhar de cabeça numa atmosfera que poderia ser bem profunda ou rasa demais. Escrevemos esse trecho quando acreditávamos que, na Ferrari, estaríamos em casa, afinal, dizem que lar é onde o coração está.

E fomos de mala e cuia, porque sabíamos quem nos atenderia na porta. Sem imaginar que nossa estadia tinha termo final, como num contrato de aluguel, chegamos a acreditar que os fins de semana vestindo vermelho eram de nossa propriedade. Mal sabíamos que éramos meros inquilinos.

Sebastian Vettel chegou à Maranello inspirado no seu ídolo, Michael Schumacher. Disse, uma vez, que “ninguém é maior que a Ferrari”, mas talvez nunca houvesse espaço suficiente para tanta esperança trazida na bagagem. Esperança não só de Vettel, mas de todos nós que aceitamos nos mudar com ele. Maranello, que um dia foi o reino de um alemão, implorava por reforma. Sebastian parecia a pessoa certa, por tudo que já era, por tudo que ele poderia ser: o hino italiano emendando no alemão, a tradição, o clássico, a história.

14 vitórias, 12 poles position, 55 pódios e 2 vice-campeonatos pela Scuderia. Números que o coloca entre os melhores dentre todos aqueles que, um dia, guiaram o carro vermelho; números que significam absolutamente nada àqueles que confundem história com sucesso. Aliás, seriam esses conceitos concretos ou abstratos?

Depende do eu-lírico. Aquele que vos escreve, diria: Sebastian teve, sim, um reinado histórico. Talvez nem Seb concorde com todas as benfeitorias que trouxe à Maranello, como o próprio já declarou. Mas nenhum título mundial apaga o sorriso, a emoção, a crença, o arrepio e todas as sensações incríveis que um fã de Fórmula 1 sentiu enquanto Sebastian soltava um “Grazie Ragazzi” no rádio. Sebastian não só trouxe esperança à Maranello, Sebastian era a esperança. Depende do eu-lírico, mas aquele que vos escreve, diria: bem-sucedido é aquele capaz de construir uma base firme com tijolos que os outros atiraram nele.

Dizem que todo bom rei tem seu traidor. Não sabemos ao certo como Sebastian se sentiu quando foi despejado de Maranello, mas sabemos como nós nos sentimos. Se um dia tivemos medo do novo, do incerto, da mudança, dessa vez, mal podemos esperar para fazermos as malas novamente. O receio virou alívio; a decepção, aprendizado. Se um dia ficamos na dúvida sobre quão profunda era a atmosfera ferrarista, hoje temos a certeza de que o fundo, na verdade, é raso e engana. A gente pula e se machuca. E talvez – só talvez – nessa queda, a adrenalina, as recordações ou a simples convicção de que fomos corajosos para pular, compensam. Depende do eu-lírico.

Enquanto uns viam fracasso, a Aston Martin viu oportunidade. Daquelas que só se tem uma vez na vida, a propósito, quem é rei nunca perde a majestade. E lá se vai Sebastian, suas quatro coroas e uma quantidade considerável de súditos que não se importam em começar do zero. Ou melhor, em recomeçar. Recomeçar onde é permitido sonhar e acreditar que se pode fazer a coisa certa. Recomeçar onde um título mundial é o propósito, mas não o único fim. O que esperar de Sebastian Vettel e Aston Martin? Que seja a combinação perfeita de conceitos

concretos e abstratos; que ambos possam mobiliar a história da F1 com momentos marcantes e inesquecíveis. Esperamos, de Sebastian Vettel e Aston Martins, o inesperado. Nos surpreendam com lealdade, otimismo, trabalho em equipe, honestidade, espírito esportivo. Essas são as peças mais caras que um time pode deter e ninguém pode comprar; não estão à venda. Não se esqueçam disso”.

Vida longa ao rei!(Andrea Borges Leal, Thais Muray, Karolina Pedroni, Juliana Grou, Milena Ferreira, Jennifer Hugen e Natália da Silva)

O GP de Sakhir, domingo, será uma corrida inusitada não apenas pelo circuito nunca utilizado. A prova contará com dois pilotos que nunca disputaram uma corrida – Pietro Fittipaldi pela Haas e Jack Aitken pela Williams – e contará com George Russell substituindo Lewis Hamilton, contaminado pela Covid-19, na Mercedes. E a Haas antecipou-se e anunciou sua dupla de pilotos para 2021: o alemão Mick Schumacher e o russo Nikita Mazepin. A SporTV mostra ao vivo a partir das 14h10 (de Brasília). A BandNews FM abre a transmissão a partir das 13h30. No sábado, o treino de classificação começa às 14h.

A opção por Schumacher, filho do sete vezes campeão mundial Michael Schumacher, e Mazepin, respectivamente 1º e 3º colocados na classificação do campeonato da Fórmula 2, já era esperada. A Haas corre com motores Ferrari e Schumacher está sendo preparado para defender a equipe de Maranello no futuro enquanto Mazepin conta com bons patrocinadores. Pietro Fittipaldi deverá permanecer na escuderia como piloto de testes. Jack Aitken, que entrará no lugar de George Russell na Williams, é o 14º colocado da Fórmula 2.

O grid de 2021 tem vagas abertas na Red Bull onde o companheiro de Max Verstappen ainda não foi definido – Alexander Albon ou Sergio Perez – e na Alpha Tauri onde apenas Pierre Gasly está garantido. Embora seja questão apenas de alguns detalhes, Lewis Hamilton ainda não tem contrato para o ano que vem.

A corrida pelo anel externo de Sakhir, com seus 3,5 quilômetros, deverá ter voltas em torno de 55 segundos na classificação e um minuto durante a corrida. O trânsito será um dos desafios que os pilotos deverão enfrentar ao longo do percurso de 87 voltas.

Alan van der Merwe e Ian Robertson foram os verdadeiros vencedores do GP de F1 do Bahrein. Não defendem nenhuma equipe. O sul-africano Alan é o piloto do carro médico; o britânico Ian é o médico da Fórmula 1. Os dois não se intimidaram com as chamas que envolviam o carro de Romain Grosjean e foram firmes no amparo ao piloto e no combate às chamas. O acidente foi um dos mais assustadores dos últimos anos.

O GP do Bahrein dessa estranha temporada de 2020 da Fórmula 1 ficará definitivamente marcado pelo acidente assustador na primeira volta, quando a Haas de Romain Grosjean se chocou com a Alpha Tauri de Daniil Kvyat e, na sequência, bateu de bico com violência. O carro, com o tanque cheio de combustível, explodiu, dividindo-se em duas partes. A da frente, onde estava o piloto, atravessou o guard-rail. Em segundos, no meio do fogo, o piloto transpôs a proteção e, meio atordoado, apoiado pelo médico Robertsonm foi introduzido no carro médico. Lewis Hamilton, o pole, Max Verstappen e Alexander Albon subiram ao pódio.

Conduzido de helicóptero ao hospital de Sakhir, Grosjean revelou algumas queimaduras leves nas mãos e no pé esquerdo e, possivelmente, ficará de fora da corrida do próximo domingo neste mesmo autódromo. O GP de Sakhir, 6/13, será disputado pelo anel externo. A TV Globo e a BandNews FM mostram a corrida ao vivo, a partir das 14h10 (hora de Brasília).

Algumas questões só serão respondidas com o tempo. A primeira delas porque o carro explodiu. Em tese, o tanque de combustível é concebido exatamente para evitar que isso ocorra. Outra pergunta óbvia é porque o guard-rail não segurou a batida. Estava bem posicionado? Não fosse o halo, o acidente poderia ter sido fatal.

O acidente, por outro lado, também deu respostas concretas sobre alguns detalhes: a eficiência do medical car (auxiliando o piloto e, ao mesmo tempo, participando do combate ao fogo), a importância da célula de proteção, a segurança proporcionada pelo macacão antifogo, a tecnologia avançada dos modernos capacetes e, indiscutivelmente, a presença do halo. Também o fato de o piloto ter permanecido consciente, saindo rapidamente do carro como orienta a FIA, foi absolutamente crucial.

Na relargada, outro acidente impressionante com o carro da Racing Point de Lance Stroll capotado com as rodas para cima depois de tocada pela Alpha Tauri de Kvyat. O piloto não sofreu nenhum arranhão.

Lewis Hamilton tem o espírito de um samurai, concentrado e obstinado na busca da vitória. Na pista molhada do Istambul Park, ele rejeitou a conquista do heptacampeonato por pontos e buscou a vitória por nocaute. Alcançou um feito histórico.

‘Espada e mente devem se unir. Somente técnica é insuficiente e apenas espírito não é o bastante’ diz o provérbio samurai de Yamada Jirokichi, mestre japonês de Kashima Shinden, escola de arte marcial de espadachins.

No GP da Turquia de Fórmula 1, tudo o que Hamilton precisava era não permitir que seu companheiro de equipe, Valtteri Bottas, tirasse oito pontos da vantagem o que, fatalmente, levaria decisão do campeonato para a próxima etapa no Bahrein. Bottas teve uma péssima jornada depois de rodar duas vezes e ocupar as últimas posições. Hamilton poderia terminar a corrida tranquilo, somando ou não pontos, que seria campeão da temporada, igualando a marca de sete títulos de Michael Schumacher.

Depois de um fim de semana ordinário para Mercedes, ele não se resignou. E extraiu na ‘técnica e no espírito’, como orienta Jirokichi, a força que precisava para pilotar no molhado com os pneus intermediários quase lisos, no final, recusando-se a uma ‘troca de segurança’ na penúltima volta. Fez um único pit stop. E chegou na frente como já fez 94 vezes, sendo 10 só nessa temporada. Lewis Hamilton tem 110 pontos de vantagem sobre Bottas, o segundo colocado, e 127 sobre Max Verstappen, o terceiro.

Lance Stroll, com a Racing Point, poderia ter feito a corrida de sua vida. Largando a partir de uma pole position fortuita, conduziu com firmeza, estabelecendo uma série de voltas mais rápidas. Entretanto, não subsistiu a um comando duvidoso para fazer uma segunda troca dos pneus intermediários. Sergio Perez escapou do mesmo erro e terminou em 2º, cabendo um merecido terceiro lugar para Sebastian Vettel, o primeiro a cumprimentar Hamilton após sua emocionante chegada.

Do pódio da Turquia, 11 títulos mundiais contemplaram as arquibancadas vazias.

Sebastian Vettel tem mais cinco corridas pela frente, conduzindo a Ferrari. O relacionamento que começou em 2015 não poderia ter um epílogo mais desgastante, com acusações recíprocas que chegou ao pior momento no belo circuito de Portimão. É difícil prever um ‘happy end’ nessa história. O próximo embate será domingo, 9h10, no circuito de Ímola, o GP da Emilia Romagna, com transmissão ao vivo pela TV Globo e BandNews FM com a equipe de Odinei Edson.

O caso começou com uma decisão questionável da equipe, demitindo o piloto por telefone antes mesmo do início da temporada. É claro que foi péssimo para os dois lados. Vettel foi desdenhado e a equipe perdeu a chance de contar com um piloto motivado para, no mínimo, tentar somar pontos no Mundial de Construtores. A Ferrari está em uma situação incômoda no Mundial, amargando apenas a 6ª posição. A disparidade entre os pontos obtidos pelos dois pilotos é o reflexo da situação kafkiana onde o tetracampeão foi resumido à condição de segundo piloto da equipe: Charles Leclerc é o 4º com 75 pontos e Vettel o 10º com 18 pontos. Nas 12 provas, Leclerc largou 10 na frente de Vettel. O problema residiria principalmente no treino de classificação onde Leclerc tem sempre um rendimento melhor com a aderência.

Ninguém me convence que esta aritmética interpreta, com rigor epistemológico, a condição técnica dos dois pilotos. Digamos que Vettel tivesse somado até agora um número de pontos próximo ao de Leclerc, a Ferrari estaria na terceira colocação do campeonato, atrás apenas de Mercedes e Red Bull.

Sempre é bom repassar, Vettel tem quatro títulos mundiais e já venceu 53 corridas o que faz dele o 3º maior de todos os tempos, atrás apenas de Lewis Hamilton e Michael Schumacher. Em número de poles, aparece em 4º na história da F1.

Em Portugal, Vettel e Ferrari tiveram dois momentos distintos. Depois do treino de classificação – Leclerc em 4º e Vettel em 15º – o alemão conformou-se, justificando que Leclerc estava em ‘outro patamar’. Depois da corrida, Vettel levantou a questão crucial, insinuando que os dois carros da escuderia não seriam exatamente iguais. A resposta da direção técnica da equipe veio rápido: ‘os carros são iguais e espera-se mais do

segundo piloto’. Reduzir a condição de Vettel ao segundo posto na escuderia só serviu para acirrar ainda mais o já conturbado estado de coisas entre o piloto e a equipe neste ‘sprint’ final da temporada.

Sem clima para continuar na Ferrari, o ideal teria sido que Vettel, assim que foi confirmado para a Aston Martin em 2021, fosse incorporado à equipe no lugar de Sergio Perez, fazendo então as corridas restantes pela Racing Point. A Ferrari traria Antonio Giovinazzi para seu lugar e, no acordo, Perez poderia se juntar à Alfa Romeo. Isso não provocaria nenhuma revolução, mas acomodaria uma situação desconfortável – tanto para Vettel como para Perez – e daria um alento na reta final do campeonato.

A 92ª vitória de Lewis Hamilton, superando a marca de Michael Schumacher, deverá chegar brevemente, então, o piloto inglês será o maior vencedor nestes 70 anos de Fórmula 1. A consagração poderá ser já neste domingo, no GP de Portugal, a partir das 10h10, com transmissão ao vivo pela TV Globo e BandNews FM.

Há alguns anos, em uma das entrevistas que fiz com Pelé, que chega aos 80 anos nesta sexta-feira, ouvi dele uma frase peremptória sobre esporte. “Recordes só existem para serem superados”. E ele se sentia bem como ‘meta a ser alcançada’.

Michael Schumacher, a ‘meta a ser superada na F1’, conquistou sua última vitória na F1 em 2006 e o sétimo e último título em 2004. Levou 14 anos para a marca de corridas ser alcançada e, possivelmente, 16 anos para igualar os sete títulos. Se aparecer alguém do porte de Hamilton nos próximos anos, com campeonatos mais longos, talvez leve um tempo menor para que seus números sejam alcançados.

O recorde de vitórias de Hamilton, entretanto, tem sido alvo de digressões sobre o real significado da marca e sua importância no contexto histórico da Fórmula 1. É compreensível que ídolos dos velhos tempos tenham um olhar questionador sobre o presente. Aficionados mais velhos de todas as modalidades esportivas têm o mesmo viés saudosista, uma fixação romântica no passado. Isso talvez justifique uma certa cisma para com os recordes que Lewis Hamilton vêm estabelecendo na carreira. Recordam os grandes mitos como Juan Manuel Fangio, Jim Clark, Niki Lauda e Ayrton Senna. Nem Michael Schumacher, que ‘refez’ a Ferrari para conquistar cinco títulos, recebe a mesma distinção.

Lewis Hamilton, ao contrário, cultua mais a velha geração do que é reverenciado por ela. O respeito que devota a Senna e Schumacher, por exemplo, é explícito como já demonstrou em diversos momentos. O que o difere é sua enérgica atividade de combate ao racismo, a favor da ecologia, da alimentação vegana, dos cuidados com o Covid-19, temas indissolúveis do presente e, até então, inusitados no mundo da Fórmula 1.

Apesar de ter vencido sete das 11 corridas disputadas em 2020, caminhado célere para o sétimo título mundial, vê suas conquistas relativizadas pela força de um carro superior, pela eficiência de uma equipe que funciona como relógio, pela inexistência de escuderias à altura e, pasmem, porque sai na frente e não se dá ao luxo de disputas no meio do pelotão. Se alguns pressupostos podem ser levados em consideração, o corolário, aqui e agora, é um só: ‘The Winner Takes It All’. Superando as marcas que tem pela frente, Hamilton será o maior de todos. Já a opinião de quem é o melhor fica por conta dos argumentos de cada um.